Quem não deseja que a escola melhore? E em todos os aspectos: instalações cuidadas, amplos recursos, professores competentes, alunos mais motivados e por isso aprendendo a “ser”, retomando a feliz expressão que correu mundo em 1972, na sequência da apresentação do Relatório da UNESCO Apprendre à être (infelizmente, muitos capítulos não estão disponíveis).
Recentemente, houve notícias de um estudo em que esteve envolvido Valadares Tavares (p. ex., no Público de sábado passado, sem link possível), que referenciará várias escolas no país nas quais terá havido grande melhoria nos resultados na disciplina de Matemática de um ano para o outro. Sem saber mais do que a notícia, que no entanto reproduz afirmações de responsáveis e avança com uma série de razões para essa feliz inversão, direi que não me surpreende o facto, porque muitas vezes basta uma simples alteração num aspecto da vida da escola para isso fazer toda a diferença. Para os que querem provas irrefutáveis, fruto de investigações tão cuidadas que não sejam criticáveis (coisa na prática impossível, nos domínios da educação, para já…) haverá sempre lugar para contraditar as conclusões do estudo. Não o farei. Penso que é importante que se tenha conhecimento do que acontece mesmo sem ter muita segurança sobre o ”por que” acontece, dadas as muitas variáveis em jogo. Por isso dou grande mérito aos estudos qualitativos que têm servido de base a muitas dissertações de mestrados em educação, na medida em que, se respeitarem as metodologias adequadas, fornecem, não respostas definitivas, mas pistas importantes para mais tarde poderem ser integradas em investigações processualmente mais fundamentadas.
A prática revela por vezes pequenos pormenores que uma teoria não considera e que são factores chave para compreender a mudança. Esses pormenores podem provir do ou dos professores, dos métodos de ensino-aprendizagem usados, do estilo de gestão posto em prática na escola, e também, claro, dos alunos. Compreendê-los é importante; divulgá-los também.
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