... neste dia 11 de Setembro, eu e minha Mulher viajámos de
Braga para Lisboa (não de automóvel, como era habitual, mas utilizando o
primeiro Alfa, que se não me engano, não era táo matutino como hoje). Estava um
lindo dia.
Teremos chegado a casa de minha filha perto da hora de
almoço, e decidimos almoçar na Pizza Hut
que fica em frente da sua casa. Depois da refeição, seria pouco mais do que 14
horas, regressámos a casa. Minutos depois a minha filha, que ligara a
televisão, disse: “Parece que aconteceu alguma coisa nos Estados Unidos...
chocou um avião com as torres gémeas!” Dirigi-me do local onde estava para
olhar para a TV e no preciso momento em que visionei o écran vi o segundo
embate. EM DIRECTO! Tenho essa imagem, nítida: fiquei paralisado.
Creio que era a SIC Notícias, que tinha começado as suas
emissões no início desse ano, que estava a transmitir via CNN. Praticamente, ao
longo da tarde e mesmo noite, não fiz mais do que estar atento às notícias que
vinham dos "States". À medida que as horas passavam a dimensão da tragédia
forçava um sentimento de desespero e indignação que contagiou todos: tinha sido
combinado jantarmos fora mas a nenhum de nós apeteceu sair.
Nesse tempo, a minha ligação aos EUA era bastante intensa.
Quase anualmente participava na Convenção da AECT (Association for Educational
Communications and Technology) e tencionava passar parte da minha sabática na
Universidade de Indiana, com a qual já iniciara contactos. Tinha assim relações
de amizade com vários colegas norte-americanos, e pelo menos para três deles
enviei mensagens de solidariedade.
O ataque não feria apenas os Estados Unidos, feria todo o
mundo civilizado. Visionei consequências, e muitas delas vi concretizarem-se. Quinze
anos depois creio que se pode dizer que muito do que hoje nos aflige teve a sua
origem no 11 de Setembro. A história não permite “ses”, mas é legitima uma
interrogação: se não tivesse acontecido o “nine eleven”, como estaria hoje o
mundo?