Ora aqui estou eu a arrumar a semana que passou: papéis e ideias, pequenas irritações e emoções, tudo isto num sábado pardacento, a não desmerecer do tempo chuvoso que esteve toda a semana. O meu computador continua no hospital – mas consegui, graças ao Luís (um dia falarei dele), encontrar uma solução com o portátil, que, não sendo a ideal, me permite pelo menos ter Internet e poder imprimir.
Esta foi a semana em que se realizou na minha Universidade uma conferência a que demos o nome de Challenges’ 2005. É a quarta em 7 anos; a primeira teve lugar em 1999 e repetiu-se em 2001, 2003 e agora em 2005.
É uma conferência internacional sobre tecnologias da informação e comunicação promovida pelo Centro de Competência Nónio Século XXI, e reúne professores de todos os graus de ensino, que vêm, ou através de conferências, ou colaborando em painéis ou apresentando os resultados das suas experiências, dialogar entre si, comungando o interesse em extrair da tecnologia instrumentos que sirvam as aprendizagens dos alunos.
Porque sou co-organizador a conferência tem um interesse maior e implica sempre um certo desgaste – de repente há um imponderável e é preciso resolvê-lo, temos de dar atenção aos convidados estrangeiros. Por isso de quarta a sexta quase nem visitei o blog. E quando a conferência terminou, ainda tinha mais uma devoção a cumprir: na noite de ontem, sexta-feira, havia um recital de música portuguesa no salão medieval da Reitoria da Universidade, comemorativo do 9º aniversário da criação do Instituto de Estudos da Criança (IEC), a escola a cujo corpo docente pertenço e de que fui o primeiro presidente. Além disso, no recital iria ter ocasião de ver actuar os meus alunos do mestrado de Educação Musical.
Retenho, desta semana: a conferência do Prof. António Bartolomé, da Universidade de Barcelona, “Sociedade de Informação e Mudanças Educativas”. Excelente. Subscreveria na prática tudo o que disse, porque penso exactamente como ele. Afirmou que em educação o mais importante é que formemos pessoas capazes de procurar informação, valorizá-la, seleccioná-la, estruturá-la e incorporá-la nos seus próprios conhecimentos prévios, de modo a poder ser utilizada. E teve a “audácia” de dizer que a escola deve ser divertida! Ai se a Filomena Mónica, o Barreto, ou o Crato, o ouvissem, demoliam-no.
Retenho ainda a irritação que tenho sempre que vejo professores procurarem justificar os males da educação com o “sistema”. Como se os professores – nós! – não fizéssemos parte do sistema. Hei-de elaborar mais sobre este tema, que infelizmente é recorrente… Há anos, a escola reclamava um computador; hoje tem seis mas quer doze; se lhos dessem, quereria vinte e quatro e o culpado de não os ter é o sistema…
Finalmente, a emoção: rever os meus alunos, excelentes executantes, um admirável coro de vinte e cinco crianças, a estreia de uma obra propositadamente escrita para o IEC pelo compositor João-Heitor Rigaud, Cantares Minhotos, tudo no enquadramento admirável do salão medieval da Universidade.
Vou recuperar neste fim-de-semana, pondo em dia a leitura dos blogs amigos…