A presidência do Conselho
Nacional de Educação (CNE) é, desde ontem, de Maria Emília Brederode Santos,
eleita pela Assembleia da República há semanas. O Conselho Nacional da Educação
é, em teoria, um importante órgão na estrutura da educação do país, ainda que,
sendo consultivo, apenas tem um poder de influência e não de decisão. Ao longo
dos seus trinta anos de existência o CNE tem cumprido a sua missão e as
diferentes presidências podem considerar-se positivas.
A eleição de Maria Emília Brederode
Santos é uma boa notícia. Sendo uma das expatriadas que regressou a Portugal
depois do 25 de Abril, com uma licenciatura em ciências da educação pela
Universidade de Genebra, tem tido desde então actividade relevante, quer
colaborando na esfera do Ministério da Educação (presidente do Instituto de
Inovação Educacional entre 1997 e 2002 e seu representante em conferências
internacionais) quer em outras
iniciativas (e entre elas relevo a direcção pedagógica da versão portuguesa da “Sesame
Street”, transmitida pela RTP).
A Maria Emília tem, da educação,
uma visão humanista, sobressaindo no seu currículo um interesse persistente
pela arte: foi presidente da Associação Portuguesa e Intervenção Artística e de
Educação pela Arte e de um Grupo Interministerial para o Ensino Artístico, em
meados da década de 90, e participou na avaliação de uma das mais interessantes
experiências que remonta ao tempo de Veiga Simão, a Escola Superior de Educação
pela Arte, da qual resultou um livro publicado pelo Instituto de Inovação
Educacional em 1994.
Aguardo com expectativa a acção
da nova Presidente do CNE, confiando na sua capacidade de, sempre discreta,
saber encontrar os consensos necessários numa altura em que se pretende que
exista um salto qualitativo na educação em Portugal.