2006/05/12

Que topete!

Um "comentador" ter-se-á apercebido que este blog prestava atenção especial à educação e resolveu enviar a seguinte mensagem (que aliás pode ser lida nos comentãrios a um dos posts anteriores).

At 8:54 AM, edwardprice6751066742 said…

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Palavras, para quê?

Multas…


Leio no Público que de acordo com nova legislação, os banhistas que desrespeitarem os sinais dados pelas bandeiras vermelha e amarela (no que se refere a “ir ao banho” ou a “nadar”) estão sujeitos a multa que pode chegar até € 1,000 (ou seja, duzentos contos na última moeda portuguesa). Nada a dizer quanto à dureza do castigo – muitas dúvidas em relação ao modo de cobrança… Quem fiscaliza, quem multa, como é paga a multa? Isso deve estar previsto, mas mesmo assim, estou a ver um cidadão temerário que se afoitou ao mar com a bandeira vermelha, regressado à praia, a pingar, a ser abordado por um fiscal, fardado (se não tiver farda não tem graça) entregando-lhe um papel: “Faz favor passe para cá quinhentos euros…”

Brincadeira à parte, isto fez-me recordar que nos começos dos anos 50 do século passado havia uma disposição (não sei se nacional se local, em Lisboa) que proibia, sob pena de multa, atravessar as ruas em diagonal. Repare-se: não existia ainda o conceito de faixa reservada a peões, ou seja, era permitido atravessar uma rua desde que fosse em linha recta perpendicular ao passeio. Quem aplicava a multa era a polícia.

Um dia, eu teria os meus quinze anos, talvez, na Avenida Ressano Garcia, onde eu morava, e que ao tempo era uma rua quase sem trânsito, caí na patetice de a atravessar numa longa diagonal. Quando cheguei ao outro lado, lá estava o polícia de dedo em riste. E não é que tive de pagar a multa? O valor da dita era 2$50 (vinte e cinco tostões, como se dizia: qualquer coisa como um cêntimo e pouco dos nossos dias – mas sem correcção, claro). De qualquer modo, para um rapazola era dinheiro – dava para ir ao cinema para os lugares mais baratos…

Não tenho ideia como essas multas acabaram, mas como nunca mais vi ninguém ser multado, tenho a impressão que eu terei sido dos poucos a sentir o peso da lei.

A terminar: não quero que fique a impressão que sou contra a tentativa de eliminar nas praias comportamentos de risco; apenas me pergunto como vai ser na prática a acção preventiva e punitiva.

2006/05/11

O Ministro da Educação argentino


Na Argentina, o Ministro da Educação decidiu que em todas as escolas iriam ser colocados televisores para que os alunos (e professores, claro) pudessem ver os jogos do campeonato do mundo de futebol que se vai disputar em Junho na Alemanha nos quais participe a equipa nacional, uma vez que a maior parte dos jogos são em dias de semana e a meio da tarde (por causa da diferença horária). A medida, diz ele, tem como objectivo fazer com que os alunos não faltem às aulas.

Mas o Ministro disse mais: que esperava que os professores aproveitassem os jogos para nesse dia, ou nessas aulas, ligarem o evento desportivo ao trabalho escolar.

É evidente que de imediato houve reacções (duas autoridades escolares, entrevistadas, estavam contra a medida, dizendo, genericamente, que a escola não deveria “misturar-se” com o futebol),
Tenho a certeza que vão ser muitas as críticas, mesmo fora da Argentina, e estou curioso para saber o que pensam os portugueses… Eu vou já dizer o que penso.

Antes de mais, o Ministro argentino teve coragem e aproveitou bem o momento para alguma pedagogia. A escola não pode e não deve desligar-se da vida; ignorar o que acontece de relevante não é boa política. Por outro lado, e isto por muito que pese a quem não aceita esta tese, o interesse e motivação dos alunos é sempre um vector a ter em conta para quem ensina.

O futebol não é mais do que um desporto e um entretenimento, mas em certas alturas ultrapassa o nível a que deve ser entendido, em especial em algumas sociedades – e a argentina, como a portuguesa, brasileira ou inglesa, é muito sensível ao fenómeno futebol. Pode por isso perguntar-se com que cabeça iria a maior parte dos alunos para as aulas sabendo que nesse momento se disputava um jogo importante. Provavelmente, muitos faltariam. Proporcionando-lhes o verem o jogo na própria escola, creio que irão todos. Será isto uma adulteração à vida escolar?

Entra aqui a gestão pedagógica por parte dos professores, que podem tirar partido da situação e integrar o acontecimento no currículo, seja qual for a matéria que nessa hora deveria ocupar os alunos. Inclusivamente, para chamar a atenção para a necessidade de evitar a alienação em relação a qualquer desporto, futebol incluído.

Estou consciente que estas ideias contribuem para a péssima reputação das ciências da educação e para o risco de entrar para o anedotário sobre o tal eduquês.
Paciência…

2006/05/10

O Dia da Europa (aditamento)


Ao fim da tarde, os alunos (os meus ex-alunos…) do Mestrado em Educação Musical ofereceram à comunidade a audição de curtas peças musicais de todos os países da União Europeia, em que todos participaram tocando os instrumentos em que se especializaram (e também cantando, em alguns casos). Foi uma hora muito interessante, e só tive pena de a sala estar tão vazia. Os alunos dos cursos de licenciatura ignoraram; e teria sido importante que fossem. Alguma coisa tem de ser feita para inverter esta triste tendência de ignorar as ofertas culturais.
Última nota: depois de ouvir todas as composições, do Chipre à Estónia, de Portugal à Alemanha, verifica-se que há uma constante que faz com que se possa “compreender” o que subjaz à música dos diferentes países. É por isso que eu me sinto europeu!

2006/05/09

O Dia da Europa


Gosto de ser europeu, sinto-me europeu, e apesar do apelo do mar que a tantos de nós seduziu e de algum modo continua a seduzir, eu olhei sempre para o sol nascente mais do que para o ocaso. Por isso sempre me entusiasmou a ideia de uma união dos países da Europa, e acompanho o processo da EU mais do que com curiosidade. Compreendo as reservas de alguns à constituição de uma federação de Estados, mas penso que seria a melhor solução. Tenho consciência que existir um dia da Europa tem ainda pouco significado para a maioria dos europeus, mas não quis deixar de o assinalar aqui: para mim, tem.