2009/05/21

João Bénard da Costa

Acabo de saber da sua morte.
Foi meu colega na Faculdade de Letras de Lisboa (1954-1959), do primeiro ao último ano; licenciámo-nos na mesma altura, em Julho de 59 (está a fazer cinquenta anos...). Como eu, depois de licenciado foi professor eventual no ensino liceal (fez a sua iniciação no Liceu Camões). Chegou a interessar-se pelas coisas da educação (tem um livro muito interessante sobre a não-directividade, publicado pela Fundação Gulbenkian). Depois, seguiu outros rumos e é bem conhecido pelo seu amor pelo cinema e pela actividade que desenvolveu na Cinemateca Nacional.
Relacionei-me sempre muito mais com a Mulher, a Ana Maria, que foi colega no mesmo curso e trabalhou ao mesmo tempo do que eu no Ministério da Educação, do que com o João. Mas tivemos sempre uma relação cordial, ainda que distante.
A sua morte entristece-me. Mas a vida supõe a morte - já me habituei à ideia. O João passou pela vida, fez coisas importantes e por elas será lembrado.

2009/05/20

O meu desconforto

É isso: o meu desconforto, que me impede de ser regular neste blog e nas visitas que fazia regularmente a outros, é alimentado por acontecimentos como aquele que ocorreu na EB 2/3 Sá Couto, de Espinho. E se o acontecimento em si já é grave, os comentários que se vão ouvindo ou lendo confundem. Acabei de ler um, de um psicólogo que dizem ser da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto (Diário de Notícias, sem link) que sustenta que a professora em causa «"pode não ter inteiramente culpa" da situação, mas "talvez um sistema que não faculta formação necessária" seja o causador da falha da professora...» Que tipo de formação sugerirá este colega? Talvez um curso de bom senso? Porque um de educação sexual provavelmente não seria o mais necessário...

É evidente que para formar um juízo definitivo deste caso precisaria de ter mais informação, mas a que existe dá para ter uma ideia do que se passou. Gostaria de saber mais sobre os outros intervenientes - desde os responsáveis da escola até aos próprios alunos, passando pelos pais -, mas independentemente de não ter essas informações, afirmo que o modo como a professora actuou é impróprio e nada, mas nada, pode desculpá-la a não ser um estado de insanidade mental que a deve manter afastada da profissão.