Resisti muito tempo a publicar o “meu” blog, mesmo depois de ter experimentado com os meus alunos as suas virtualidades em termos de comunicação. Devo dizer que inicialmente os blogs pareciam-me representações de narcisismo tolo. Quando mudei o meu pensamento e me decidi, assumi claramente que queria com ele recuperar memórias de um passado que para mim foi rico de experiências, sem enjeitar a possibilidade de comentar o que vai acontecendo e tenha, para mim, certo significado. Curiosamente, não pensei muito na sua difusão e até fiquei quase surpreendido quando comecei a ter algumas visitas regulares, e alguns comentários interessantes. Identifiquei umas duas dúzias de outros blogs que de vez em vez visitei e por vezes comentei, evitando banalizar o comentário.
A uma dada altura regressaram as dúvidas (sem dúvida ampliadas pela minha aposentação) e a Memória teve larguíssimos períodos de inactividade. Regressa agora com a intenção de se manter. Talvez para me obrigar a andar menos distraído no que se refere às coisas que me interessam, à cabeça as da educação. Tive esperanças que neste sector se avançasse mais do que tem acontecido, não porque não se tenham tomado medidas importantes e por vezes necessárias, mas porque não se cuidou de como favorecer a mudança. E se há coisa difícil de aceitar na vida dos professores (e não só deles) é a mudança!
Portanto, o regresso de A Memória Flutuante mantém a mesma intenção inicial: deixar fluir a minha memória em relação a um passado rico que vivi sem deixar de estar atento ao que se passa, em especial no mundo da educação, o que mais me preocupa de facto. Ao regressar como autor, voltarei também certamente ao comentário de blogs amigos. A começar em Fevereiro: vou ter agora um curto período de férias…