Estimulado pelas visitas (Saltapocinhas, PJ), recordei os primeiros tempos deste blog, em que mantive diálogos interessantes e proveitosos (penso eu), e senti quase uma necessidade não só de responder mas de precisar o que escrevi no meu último post.
É para mim evidente que o que aprendi nas escolas que frequentei, há mais de meio século, não pode ser exactamente o mesmo que aprendem as crianças e adolescentes hoje. Mais: as aprendizagens são diferentes. Tomemos como exemplo o granito. Não faço ideia o que na escola primária (era assim que se dizia na altura) me foi dito, ou se foi dito, sobre essa rocha. Mas recordo-me que no meu 1º ano do liceu (actual 5º ano), numa disciplina que se intitulava Ciências Geográfico-Naturais, o professor nos ter orientado numa colecção de rochas e minerais, onde se incluíram, claro está, o granito e os seus componentes. Lembro-me de ter uma caixa com divisórias onde guardava, com identificação, o fragmento correspondente. Infelizmente não me lembro como conseguíamos nós, em Lisboa, obter esses materiais, mas creio que existiu mesmo um movimento de trocas entre os 43 (!) alunos da turma. Mais tarde, já no 4º ano, creio, voltei a ter Geologia e Mineralogia, mas nessa altura já eu “sabia” o que era o granito e quais os minerais que o compunham. E nunca mais esqueci, porque aprendera da maneira correcta – vendo, mexendo, experimentando. Assim, na minha memória jamais de apagou esse saber, como muitos outros.
Pode perguntar-se: é importante saber que minerais constituem o granito? É isso mais importante do que saber onde está sepultado D. Afonso Henriques? Ou quem foi Guilhermina Suggia? Ou nada disso é importante? Estamos no fundo no centro do problema que constitui a definição dos currículos: o que é que vale a pena aprender?
Hoje, pode aprender-se muito mais do que no passado, graças às fontes de informação que estão disponíveis, mas a escola tem de intervir junto dos seus alunos para que eles possam tirar todo o partido dessas fontes. Talvez seja possível, em vez de ter uma colecção de rochas e minerais “a sério”, ter uma colecção virtual; os efeitos não serão rigorosamente os mesmos, mas semelhantes.
Compreendo que os jovens de hoje saibam coisas diferentes daquelas que eu sabia quando era da sua idade. Mas continua a fazer-me impressão que haja tantas falhas de conhecimento de coisas que em rigor deveriam ser banais.
É para mim evidente que o que aprendi nas escolas que frequentei, há mais de meio século, não pode ser exactamente o mesmo que aprendem as crianças e adolescentes hoje. Mais: as aprendizagens são diferentes. Tomemos como exemplo o granito. Não faço ideia o que na escola primária (era assim que se dizia na altura) me foi dito, ou se foi dito, sobre essa rocha. Mas recordo-me que no meu 1º ano do liceu (actual 5º ano), numa disciplina que se intitulava Ciências Geográfico-Naturais, o professor nos ter orientado numa colecção de rochas e minerais, onde se incluíram, claro está, o granito e os seus componentes. Lembro-me de ter uma caixa com divisórias onde guardava, com identificação, o fragmento correspondente. Infelizmente não me lembro como conseguíamos nós, em Lisboa, obter esses materiais, mas creio que existiu mesmo um movimento de trocas entre os 43 (!) alunos da turma. Mais tarde, já no 4º ano, creio, voltei a ter Geologia e Mineralogia, mas nessa altura já eu “sabia” o que era o granito e quais os minerais que o compunham. E nunca mais esqueci, porque aprendera da maneira correcta – vendo, mexendo, experimentando. Assim, na minha memória jamais de apagou esse saber, como muitos outros.
Pode perguntar-se: é importante saber que minerais constituem o granito? É isso mais importante do que saber onde está sepultado D. Afonso Henriques? Ou quem foi Guilhermina Suggia? Ou nada disso é importante? Estamos no fundo no centro do problema que constitui a definição dos currículos: o que é que vale a pena aprender?
Hoje, pode aprender-se muito mais do que no passado, graças às fontes de informação que estão disponíveis, mas a escola tem de intervir junto dos seus alunos para que eles possam tirar todo o partido dessas fontes. Talvez seja possível, em vez de ter uma colecção de rochas e minerais “a sério”, ter uma colecção virtual; os efeitos não serão rigorosamente os mesmos, mas semelhantes.
Compreendo que os jovens de hoje saibam coisas diferentes daquelas que eu sabia quando era da sua idade. Mas continua a fazer-me impressão que haja tantas falhas de conhecimento de coisas que em rigor deveriam ser banais.