Quando o clamor dos críticos da educação que temos é cada vez maior, proveniente de nomes mais ou menos tidos como "muito responsáveis", a Ministra da Educação tem muita coragem em desvendar a sua intenção de promover um grande debate sobre a avaliação dos alunos, propondo desde logo que deixem de existir reprovações. Aparentemente, a ideia não foi desde logo descartada pelas associações de Pais e pelos sindicatos, e, à hora em que escrevo, apenas o PSD já se manifestou, levantando o argumento, mais ou menos estafado, do facilitismo.
Não poderia estar mais de acordo com Isabel Alçada: as reprovações nunca (ou quase nunca) geram melhorias imediatas no percurso escolar dos alunos. Agora: o sistema tem de ser reformulado para encontrar os meios de apoio necessários para transformar essas reprovações em recuperações e acautelar que a progressão nos estudos dependa das aprendizagens alcançadas. Ou seja; é muito importante que o prometido debate seja organizado com bases sólidas de informação, informado pelas evidências da investigação e sem contaminações de ideias feitas.
Que continue a ter coragem, Isabel!
(Post Scriptum - Semana após semana, sou informado de que há meia dúzia de leitores que, mesmo sem publicar matéria nova, de vez em quando passam por este blog. Muito por eles, regresso hoje, impulsionado por uma notícia que me entusiasmou. Obrigado por passarem por aqui).