2005/05/26

As Crónicas na RUM (9)


De vez em quando, há semanas em que não faltam assuntos para a crónica semanal que assino na Rádio Universitária. Esta é uma delas, e não resisto a fazer uma espécie de “pot pourri” e passar em revista todos esses temas que despertaram a minha atenção.

Começo por referir a escolha de António Guterres para Alto-comissário para os Refugiados, o alto cargo da ONU. Acredito, pelo que dele conheço, que será este o cargo que em toda a sua vida desempenhará com maior motivação, até porque é aquele que melhor corresponde à sua visão do mundo e à sua sensibilidade para os assuntos sociais. Guterres não foi Presidente da União Europeia porque não quis; pois bem, ele está agora no lugar certo para desenvolver uma acção que será certamente de grande alcance. Parabéns, Engenheiro António Guterres.

Em contrapartida, aí vêm as medidas de austeridade que todos reclamavam e que já começaram a ser contestadas… À hora em que gravo esta crónica não sei quais são essas medidas – aumento de impostos, congelamento de carreiras, novos preços para os combustíveis? Sejam quais forem, serão como é evidente impopulares, mas depende dos pormenores fazer uma análise mais fina. Tenho para mim que seria possível encontrar soluções socialmente justas na época difícil que vamos (ou estamos) a atravessar – será que elas foram tomadas? Seja como for, Portugal tem de encontrar um rumo diferente para poder consolidar a sua posição no seio da Europa.

E por falar da Europa: vem aí o referendo francês ao tratado a que muitos chamam constituição europeia. Há uma expectativa grande em relação ao resultado, que pode ter consequências complicadas para o nosso futuro. Gostaria que o sim vencesse, porque acredito que a Europa precisa de um novo figurino que a torne mais consistente, e não tenho quaisquer medos em relação a perdas de autonomia, uma vez que estaremos sempre condicionados, como pequeno país que somos, a não podermos agir sozinhos.

Finalmente, neste fim-de-semana assistimos à celebração da conquista do campeonato da Liga Profissional de futebol pelo Sport Lisboa e Benfica, que há onze anos não dava essa alegria aos seus adeptos. Independentemente da cor clubista de cada um, há que reconhecer que essa celebração teve contornos que nos deixam perplexos. E se por um lado acho excessivo o tempo que a televisão gastou ao mostrar tudo ao pormenor, tenho de admitir que a expressão dos festejos só é possível a um grande clube que tem adeptos espalhados por todo o país, por todo o mundo, direi. Parabéns ao Benfica e a quem o sente como clube do coração.

Ate para a semana.

2 comentários:

saltapocinhas disse...

Isso de dizeres que és professor é para encobrir a tua principal ocupação: espião. Senão como acertarias nisto tudo?

«aumento de impostos, congelamento de carreiras, novos preços para os combustíveis? »

Vou ter de tomar as minhas precauções cada vez que aqui venho!! Xiça!!

Cândido M. Varela de Freitas disse...

Não era difícil prever, Saltapocinhas! Garanto que não tenho informadores privilegiados nem faço escutas telefónicas!