Resisti muito tempo a publicar o “meu” blog, mesmo depois de ter experimentado com os meus alunos as suas virtualidades em termos de comunicação. Devo dizer que inicialmente os blogs pareciam-me representações de narcisismo tolo. Quando mudei o meu pensamento e me decidi, assumi claramente que queria com ele recuperar memórias de um passado que para mim foi rico de experiências, sem enjeitar a possibilidade de comentar o que vai acontecendo e tenha, para mim, certo significado. Curiosamente, não pensei muito na sua difusão e até fiquei quase surpreendido quando comecei a ter algumas visitas que julgo regulares, e alguns comentários interessantes. Identifiquei umas duas dúzias de outros blogs que de vez em vez visito e por vezes comento, evitando banalizar o comentário.
Nessas visitas, às vezes irrito-me, outras vezes fico preso ao que li e, naturalmente, noutras alturas solto boas gargalhadas, tal é a enormidade que se “postou” (lá vai mais um neologismo!). O mundo dos blogs é isto: tem de tudo. Um pouco como nos jornais, valha a verdade. Há nos blogs um Vasco Pulido Valente, um José Manuel Fernandes, um Eduardo Prado Coelho, uma Maria Filomena Mónica. E também há Luíses Delgados e Antónios Josés Teixeiras. E há aqueles de que não fixamos os nomes, que lemos e restituímos ao anonimato de onde brevemente saíram.
Pergunto-me: “Por que continuo?” Já tive mais fascínio pelos blogs do que tenho hoje, é um facto. Mas apesar de tudo penso que vale a pena. Em toda a minha vida agi mais do que escrevi – sempre a pensar se valeria a pena dizer o que penso. E por isso não escrevi (muito). No blog sinto-me mais solto. Menos comprometido. Sei que há uma meia dúzia de internautas que se cruzam comigo – e isso é suficiente. Como já uma vez disse, não quero ser blogger profissional, a contar audiências, a ter a pressão de escrever todos os dias.
E como nunca escrevi nas paredes da casa de banho não tenho de me preocupar com as opiniões da Maria Filomena Mónica (a própria).
6 comentários:
Nem penses eu deixar de escrever... (cara de má, não sei fazer o boneco...). Venho aqui com segundas intenções: escrevi uma coisa e gostava de "ouvir" a tua opinião. Outra coisa: espero não estar na tua lista dos "luíses delgados..." e afins!!
Revejo-me bastante no conteúdo deste post (e desde já peço desculpa do que de prosápia tem esta minha afirmação).
Espero que a sua «desilusão» com os blogs seja apenas a reacção normal ao que deixa de constituir novidade, porque não gostaria de perder este espaço, que visito com regularidade e de que retenho sempre reflexões e opiniões importantes.
Tenho por hábito espreitar o Fábulas, vi o seu comentário e decidi espreitar também aqui...Há realmente de tudo no mundo dos blogs, há os que são para esquecer e aqueles que não dá para esquecer.
Para mim isto funciona quase como um diário, o meu livro aberto.
Espero que não se desiluda e continue com o seu.
Agradeço à Saltapocinhas, ao Creck e à Clitir (visitei o seu blog, hoje!) as palavras de incentivo. Vou continuar, apenas quis na verdade reflectir sobre o mundo novo em que inseri e dizer a quem me lê o que pensava. Obrigado.
Concordo bastante com o que escreves.
Tambem ja me senti mais fascinado. Mas o blogue continua a servir os propositos que tinha quando comecei. Estar mais proximo de Portugal, enquanto estou longe.
Luis
Como compreendo!
Apesar de gostar muito de viver nos EUA, Portugal é Portugal...
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