Para quem não sabe, RUM é a sigla para Rádio Universitária do Minho, uma das realizações da Associação Académica da minha Universidade. É uma estação de rádio para gente jovem, que se encontra em renovação depois de um período complicado. Entre 2000 e 2004 mantive na RUM uma colaboração que consistiu em fazer uma crónica semanal, não especificamente sobre educação mas pendendo para temas dessa índole, e participar ainda num programa semanal, intitulado “Caderno Diário”, esse sim, completamente voltado para a educação, no qual se entrevistavam personalidades que tinham relevância para o que se discutia. Nesse programa, da autoria da Elisabete Barbosa, eu era colaborador residente, juntamente com um representante da Associação Académica.
Com a reestruturação havida, fui convidado a regressar às minhas crónicas, e a primeira foi para o ar hoje, dia 1 de Abril (não é mentira!). Embora com um interesse porventura demasiadamente local, pensei que poderia deixar neste blog, semanalmente, os textos que leio na rádio. E assim vou fazer, de hoje em diante, às sextas-feiras.
CRÓNICA 1 (2005.04.01)
Volto ao convívio dos ouvintes da Rádio Universitária do Minho depois de uma ausência porventura mais longa do que teria pensado. E é sempre bom voltar quando do passado se têm boas lembranças. Habituara-me a escrever esta crónica semanal, transmitida às sextas-feiras, quase sempre versando um tema ligado à educação, por ser a minha área de ocupação profissional; e se reler o que escrevi e foi para o ar nesta antena entre 2000 e 2004 encontro pontos de referência que pautaram a evolução das coisas da educação e mesmo da vida do país, em geral, até ao verão de 2004.
A minha ausência coincide (involuntariamente, claro!) com os meses em que o país assistiu ao desenvolvimento dos actos do II governo saído da maioria que em 2002 ganhara as eleições. Por um lado, terei de dizer “ainda bem!”, porque certamente parte das crónicas que escreveria revelariam um estado de espírito algo deprimido, porque perante o que se passava na esfera da educação, como em tudo o mais, não seria possível qualquer optimismo – e como poderá recordar o ouvinte mais fiel, eu sou, inveteradamente, optimista.
Mas esse tempo passou, estamos a viver um novo ciclo e apesar das dificuldades a esperança renasceu. Portanto, eu regresso com a esperança – o que para mim é um bom sinal…
Este reencontro acontece, por acaso, no primeiro dia do mês de Abril. O tal dia das mentiras, aquele em que se convencionou ser aceitável que se enganem os outros, embora todos saibamos que a mentira faz parte do quotidiano da maior parte das pessoas, pelo que a liberdade que hoje é concedida para mentir até parece uma ironia…
Seria contudo desagradável que eu aproveitasse a primeira crónica desta nova série para pregar uma peta aos ouvintes, ainda que estivesse salvaguardado pela tradição. Não o vou fazer, portanto. Prefiro, como remate deste nosso reencontro, referir uma alteração importante que foi finalmente desbloqueada na nossa Universidade, embora já de há muito tempo preparada. Trata-se da integração plena da Escola de Enfermagem Calouste Gulbenkian na Universidade do Minho, o que aconteceu depois de terem sido alterados os estatutos da Universidade para que pudesse acomodar uma escola de ensino superior politécnico. Neste momento, as alunas e alunos de enfermagem pertencem à Universidade, regendo-se pelos mesmos princípios (com excepção dos que, por força da lei, se lhes aplicam estritamente). O mesmo se passa, naturalmente, com os docentes.
A integração da Escola de Enfermagem na UM representa, na altura em que o curso de Medicina está quase a formar a primeira vaga dos seus licenciados, uma mais-valia que importa realçar, porque prevejo, no futuro, que as duas escolas (Ciências da Saúde e Enfermagem) potenciem sinergias importantes numa área que queremos seja de excelência – e tudo indica que vai ser.
Quis assim, com uma referência positiva à nossa vida académica, recomeçar estas crónicas semanais.
Foi um prazer regressar. Até para a semana.
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