2005/03/28

Regresso

Cumpri o que a mim próprio prometera: nestes últimos dias, tendo como enquadramento um mar revolto e ocasionais chuvadas, passei os dias a ler, a ver alguma televisão, e a rever paisagens que me são familiares, evocadoras de muitos dias da minha vida. Gosto do mar, embora não aprecie muito a praia em tempo de veraneio. Na minha infância convivi com o Tejo, de que via um largo braço da janela de minha casa; até à idade adulta, em Lisboa, o rio quase mar acompanhou muitos passeios à sua beira. Mais tarde, em dois anos passados no Faial, sempre que de manhã abria a janela, lá estava o canal de múltiplas facetas – calmo, crispado, alteroso – e ao longe, quando se via, o Pico; e em outro ano, na Madeira, de novo o mar todos os dias… Recordo as viagens longas – uma delas, nove dias! – que fiz de Lisboa para o Faial no “Carvalho Araújo”, viagens que me deram o estatuto de não muito mau marinheiro. Depois, nos anos em que estive em Faro, do 10º andar no qual habitava espraiava a vista desde Olhão à Praia de Faro… Mas a vida de praia, a areia entre os dedos dos pés, o muito sol, o muito calor, nunca me cativaram. Pode parecer estranho, mas entre um banho no mar e umas braçadas numa piscina, prefiro a piscina.
Desde garoto que visito, regularmente, a zona que vai das Azenhas do Mar à Praia Grande. Foi aí que passei estes dias. À beira de uma piscina sem água mas constantemente agredida pelas ondas de um mar revolto. Foi bom ter chovido, o mar estar "bravo", e ter descansado.

Agradeço a todos os amigos e amigas que me desejaram boa Páscoa.

Amanhã, depois de pôr em ordem as coisas que estes dias deixaram desordenadas, continuarei.

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