2021/02/27

PLANOS

De há uns tempos para cá, muita gente clama por um plano para o desconfinamento, o qual deve ser organizado pelo Governo. O Primeiro Ministro disse ontem (26 de Fevereiro) que apresentaria esse plano no próximo dia 11 de Março, pelo que resta esperarmos mais alguns dias.

Na primeira vez que tive de colaborar na elaboração de um plano que não fosse trivial, como planear como passar o domingo, recebi de um colega uma sensata prevenção: “Meu caro, os planos são para furar!” O que, traduzido em linguagem não alegórica, significa que um plano não dá garantias de ser executado como prevê, porque isso raramente – ou nunca – acontece. E isto não tem mal nenhum, pelo contrário; ter um plano é excelente porque nos conserva dentro dos limites que nos levem a atingir o objectivo, mas o como alcançar esse objectivo pode requerer, de acordo com as circunstâncias de momento, alterar a estratégia que esteve na base da sua construção.  

Ora eu não creio que a esmagadora maioria dos que exigem o plano de desconfinamento esteja consciente do que acabei de dizer. Uns, porque não entendem; outros, porque entendem mas dá jeito, seja por que motivo for, reclamar porque o plano não foi cumprido. Temos o exemplo recente do plano de vacinação: existe, mas já teve de ser alterado: bastou que os prazos de entrega das vacinas não fossem cumpridos…

Compreendo pois muito bem a razão de o Governo não ter pressa em apresentar um plano. Porque quando o fizer, em 11 de Março, toda a gente vai tomar conta das datas e ser implacável se elas tiverem de ser alteradas. A não ser que não existam datas mas indicadores de situação – o que seria, porventura, preferível. A ver vamos.

Sem comentários: