2005/09/07

Memórias de férias (5 – Convite à preguiça)

Interrogo-me muitas vezes: serei preguiçoso? Costumo pensar que não, mas… Se a preguiça é a falta de vontade para a acção, na maior parte das vezes não sou preguiçoso. Levanto-me cedo desde criança sem esforço e só em condições muito especiais (nomeadamente quando passo uma noite sem dormir) consigo adormecer profundamente de dia. Se tenho uma tarefa para fazer, não paro enquanto não a termino. E embora aprecie, e cada vez mais, descansar (para o fim do dia, a minha capacidade para trabalhar começa a falhar), considero isso natural e não um sintoma de preguiça.

Pensei nisto hoje porque sempre que prolongo as férias um pouco mais, sinto que começo a ter um certo cansaço delas. E ocorreu-me que esta situação de não ter obrigações a não ser as que invente é um convite à preguiça. Eu decidi trazer um dossier de um trabalho que tenho em atraso, mas também decidi depois não lhe tocar, com o argumento “são férias”. Será isso a preguiça? Ou seja, o “cansaço” das férias não será a reacção de quem não é preguiçoso? No fundo, desejo regressar para poder trabalhar no meu ambiente, e não num ambiente emprestado no qual há sempre a ideia das férias. E falta pouco.

2005.08.29

2 comentários:

Anónimo disse...

Mantem o blog Varela.
O resto vem, por acréscimo.

saltapocinhas disse...

Aqui ao pé de mim tenho uma frase que diz: a preguiça é a mãe de todos os vícios... mas mãe é mãe, há que respeitá-la!!