Quando vivi permanentemente nos Estados Unidos não fui assinante das redes de televisão por cabo. De início, não havia muito dinheiro para entrar em despesas supérfluas, depois, quando vivi numa residência da Universidade, ela própria dispensava um pacote, mas muito reduzido, de algumas estações que não estavam disponíveis em canal aberto. Só quando viajei e fiquei em hotéis, tive da televisão por cabo dos EUA uma visão mais completa.
Nos primeiros dias verifiquei que, neste estado do Sul, com forte influência da língua espanhola, existem vários canais que emitem mesmo em Espanhol ou “dobrando” em espanhol os seus programas. A influência do espanhol é aqui muito nítida, e os norte-americanos estão a levá-la muito a sério.
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Sempre apreciei nos norte-americanos a cordialidade com que (normalmente) tratam os estrangeiros. Um dia travei conhecimento com um senhor idoso (provavelmente mais idoso do que eu…) que estava a fazer o papel de controlador dos autocarros que transportam pessoas do “resort” para as diferentes zonas da Disneyland. Estava interessado em saber como se podia ir para a cidade e não para a Disneyland, e ele explicou-me tintim por tintim como fazer. Foram cinco minutos de conversa agradável. Mais tarde, cruzei-me com ele numa das áleas do parque: cumprimentou-me efusivamente, o que fiz igualmente. Esta é a América de que gosto.
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A viagem termina atribuladamente… O furacão Wilma não chegou antes de eu partir, mas teve a antecedê-lo mau tempo. Por isso, no dia 22, sábado, estava já no aeroporto, a escassa meia hora de partir rumo a Detroit, onde tinha uma ligação com tempo aceitável para Amesterdão, quando desabou uma tempestade (chuva e trovoada) que paralisou o aeroporto por quase uma hora. Foi pois com preocupação que fiz a viagem, sempre a pensar se chegaria a tempo. E cheguei: o avião atrasou de propósito dez minutos para permitir aos passageiros em trânsito (eu não era o único) seguir viagem. Este troço – Detroit-Amesterdão – considerava uma espera de mais de duas horas para a ligação para o Porto. Mas o inesperado aconteceu. Um pouco depois de metade da viagem feita (cerca de 8 horas de voo), somos informados pelo comandante que devido a uma emergência médica íamos aterrar em Dublin (Shannon). Mais tarde foi dada a informação completa: uma senhora teve um ataque cardíaco, não havia médicos a bordo, e uma enfermeira que viajava achou que esperar mais duas horas e meia seria perigoso. A escala foi demorada, por causa da burocracia, e como consequência perdi o enlace para o Porto por dois minutos (!). Resultado: estive sete horas e tal no aeroporto à espera de transporte, ainda por cima não directo (fiz Amesterdão-Lisboa-Porto). Em resumo: estive 38 horas sem ir à cama e praticamente sem dormir…
1 comentário:
Credo! Tufões, funcionários de aeroporto a querer saber quem fez as malas (!!!!!!!!!!!!!), atrasos, americanos desconfiados (usas barba, não é??). Vou viajar um bocadinho ali no meu sofá a ver o Odisseia!!
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