2005/01/23

Fins-de-semana


Nos fins-de-semana, sou confrontado, como muitas pessoas, com a necessidade de reservar umas boas horas à leitura de jornais. Horas repartidas entre sábado e domingo, bem entendido. Nunca me decidi a pesar o conjunto dos jornais que se compram no fim-de-semana – mas é um peso respeitável. Leio o Público, indiscutivelmente o melhor diário nacional, o Diário de Notícias, um pouco por hábito vindo de longe (embora na minha juventude lesse mais O Século), e claro o Expresso. O Expresso é uma referência para muitos da minha geração, e apesar dos anos passados, e também de alguns (pequenos) desvios, continua a ser um grande jornal. Quando surgiu, em 1973, com aquela subtil legenda “Um jornal para quem sabe ler” (se a memória não me falha…), tornou-se indispensável a quantos se preocupavam com o estado do país e ansiavam por qualquer coisa que pusesse fim àquela “apagada e vil tristeza”. Na verdade, era preciso saber ler nas entrelinhas, num delicioso jogo para ver quem conseguia interpretar melhor o sentido de algumas notícias.

O Expresso fez um pouco o papel do arauto da revolução – antecedeu-a alguns meses apenas – e depois dela continuou a ter qualidade e a ser, de longe, o semanário com maior credibilidade. Não é, nunca foi, monolítico nem seguidista, embora se lhe possa notar, um pouco como em toda a imprensa e mesmo comunicação social, um pendor mais crítico para com quem detém o poder.

Tenho assim muita leitura e muitas sugestões para comentar, desde as informações sobre os programas partidários do PS e do PSD a crónicas dos colaboradores habituais. Porque sou mais sensível a tudo o que diz respeito à educação, irei certamente num dos próximos dias referir-me a alguns tópicos que me mereceram a atenção. Mas como estou em fim-de-semana, vou continuar a descansar…

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