2005/02/14

A Escola da Ponte


Já me referi à Escola da Ponte em post anterior. A referência de hoje é imposta pela notícia do Público: vai ser assinado dentro de poucas horas (minutos, talvez) o contrato de autonomia, o primeiro alguma vez firmado, entre o Ministério e a Escola.
Visitei a Escola da Ponte há alguns anos pela primeira vez e não pude conter a minha verdadeira admiração pelo que vi e ouvi. Iam comigo alguns alunos de um curso de mestrado e eles também ficaram perplexos. A Escola da Ponte era de facto uma escola diferente. Uma escola que segue referências distintas de (quase) todas as outras, privilegiando a aprendizagem, diferenciando-a conforme os alunos, colocando estes num ambiente favorável à assunção de responsabilidades, dando-lhes ocasião de exercitarem princípios democráticos. Uma escola na qual quase todos os alunos aprendem mesmo, desde o que se supõe devam aprender na escola elementar até aos comportamentos sociais e éticos – o aluno não mente, não deita papeis para o chão; em contrapartida pode mover-se livremente (ir buscar livros, sentar-se por momentos a ouvir música). Voltei lá mais algumas vezes, sempre em visita com alunos de mestrado e também do último ano da licenciatura. Na última vez a Escola já ensaiava o segundo passo – passar do 1º para o 2º ciclo, e apercebi-me que havia alguns pequenos problemas a resolver. Espero que tenham sido, e, agora, com maioria de razões, sejam resolvidos em definitivo.
Para o grande impulsionador desta ideia inovadora, que teve o grande mérito de nunca desistir e de acreditar sempre, o Prof. José Pacheco, envio os meus parabéns, extensivos ao actual responsável, o Prof. Ademar Santos (do Abnóxio).
Todos os que pensam a educação na sua verdadeira dimensão esperam ainda mais da Escola da Ponte; e que o acto de reconhecimento do Ministério não fique por aqui. É preciso que se continue a confiar nas escolas que mostrem capacidade para uma gestão eficaz.

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