
A Covilhã - passado e presente
The past is malleable and flexible, changing as our recollection interprets and re-explains what has happened.... Peter Berger
Também as ligações aéreas tinham sido melhoradas, embora só nesse ano o aeroporto da Horta (situado na freguesia de Castelo Branco, a uns quilómetros da cidade) tivesse começado a ser construído. Recordo-me de durante algum tempo o engenheiro Edgar Cardoso ter estado na Horta por causa do aeroporto que iria ser inaugurado três anos mais tarde, em 1971. Ele fazia as suas refeições no mesmo restaurante que eu, o “Capitólio”, e recordo como curiosidade que levava com ele uma pequena garrafa de azeite, com que temperava o peixe cozido (como se podia esperar, o peixe era óptimo).
Também a nível de instalações hoteleiras existiam melhorias. Abrira uma Residencial, a S. Francisco, remodelando parte das instalações do Hotel. O próprio liceu fora melhorado, com a construção de uma ala nova. Talvez houvesse também mais procura turística, embora a sua expressão fosse ainda pequena.
Para além da irregularidade com que tenho frequentado a Memória, consequência de outra prioridade dada aos meus alunos de mestrado, vou na próxima semana adicionar um outro constrangimento, uma vez que amanhã voo para os Estados Unidos, onde em Orlando (Florida) vai decorrer a conferência anual da "Association for Educational Communications and Technology" (AECT), porventura a maior organização internacional no campo da tecnologia educativa. Sou membro há quinze anos e nos últimos dez tenho, com certa regularidade, ido a todas as conferências. É uma oportunidade rara de contactar com os maiores especialistas de muitos países, permitindo-nos aperceber quais as tendências que emergem das inovações tecnológicas. No regresso não deixarei de deixar aqui as minhas impressões. Até lá! |
Sorrio quando recordo que quando era criança (e até mesmo “rapazinho”) tinha pena por já não haver rei em Portugal. Não diria que era monárquico – coitadinho do que era eu! – mas certamente fui arrastado pelo meu gosto pela história e, também, pela maneira como ela era ensinada e eu a aprendi. Era na verdade uma história de reis e de exaltação das virtudes da “raça”, uma história de heróis e heroínas (a Padeira de Aljubarrota formatou a minha desconfiança persistente ao país vizinho…), e a minha mente infantil deve ter-se povoado de imagens construídas de fausto dos palácios (que nem era assim tão grande).
Depois, passou-me a tendência, e passei a considerar o sistema republicano como realidade irreversível e muito mais interessante do que a monarquia. Entendo, porém, que a pouco e pouco, para além do feriado, se tem perdido muito do brilho da comemoração do dia em que se mudou o regime. E há pouco dei por mim a pensar que só faltam cinco anos para o centenário. Não seria de começar já a pensar em como comemorar a data?EM TEMPOVejo hoje (tardiamente, ando distraído...) que já se pensa na comemoração (ver aqui). Ainda bem!