A minha memória atraiçoou-me ontem, porque, seguindo a cronologia, em Setembro de 1965 ainda vivi onze ou doze dias na Covilhã, porque, na expectativa de ter ainda uns dias de vencimento (e de tempo de serviço!) concorri para fazer serviço de exames da segunda época, que decorriam, creio, entre 20 e 30 desse mês. Ainda tive esperança de ser colocado no mesmo liceu para onde iria como agregado, mas não. Covilhã, foi o meu destino. E lá fui, pela linha da Beira Baixa, acompanhando o Tejo, num vagar típico dos comboios daqueles tempos.
Instalei-me numa residencial no centro da cidade, que já conhecia. O que lembro desses breves dias não é muito. Profissionalmente não tive muito que fazer, uma meia dúzia de exames de História, ver provas escritas e orais, apenas. Ainda não havia o liceu novo, tudo funcionava no alto da cidade, num edifício adaptado. Aliás, a frequência não era grande. A cidade, com a sua topografia característica, “sempre a subir” (e como é evidente, sempre a descer também…), tinha pontos interessantes, com paisagens a perder de vista, que explorei devidamente, até porque tinha muito tempo livre. Era uma cidade simpática mas ao tempo muito parada.
Ainda existia o célebre Café Montalto, na praça do Município, a que me acolhia depois do almoço e do jantar para o café da praxe. Recordo-me que embora fosse Setembro o tempo refrescou bastante, e dias antes de me vir embora aconteceu nevar na Serra.
Ao fim dos poucos dias de estadia, assinados os livros de termos, regressei num dia a Lisboa para, no outro, partir para Aveiro.
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