2005/03/02

Preocupações


Não leio regularmente o Diário Económico, apesar de ser distribuído gratuitamente na Universidade: nem sempre chego a tempo de ficar com um exemplar… Por isso, só hoje tomei conhecimento, através do Que Universidade, da entrevista da ainda Ministra Graça Carvalho, que pode ler aqui . A Ministra está preocupada porque a aplicação da nota mínima de 9,5 para ingresso no ensino superior pode dificultar o aumento do número de alunos nas áreas de ciências e tecnologia, por falta de candidatos com nota superior para preencherem as vagas disponíveis, que foram, este ano, aumentadas.

Eu fiquei, também preocupado. Não tanto pelas razões da Ministra, ainda que para as instituições de ensino superior seja muito inconveniente verem diminuir alunos. A minha grande preocupação está em termos de admitir que se tenha de baixar o grau de exigência no acesso a essas instituições. Porque convenhamos num ponto. Ou os processos de avaliação no ensino secundário são organizados para que os seus resultados tenham um significado, ou não são. Se são, é inadmissível que se façam correcções “convenientes” no momento (hoje faz-se, amanhã não se faz). Se não são, para quê existirem?

Eu entendo, e estou de acordo, com a exisência de provas terminais no secundário, e/ou de acesso ao ensino superior (o mesmo não se passa em relação ao esnino básico). Nesse campo, digo-o muitas vezes, tenho de aceitar um certo elitismo, que não é o elitismo de outrora mas o da competência demonstrada. O ensino superior não pode continuar a admitir alunos com manifestas insuficiências para poder singrar ao seu nível. E o prolongar dessa situação é que me preocupa.

Que dirá a isto o novo Ministro (ou Ministra...) que se ocupará da pasta? Qual será o sentido das suas preocupações?

7 comentários:

Anónimo disse...

"Eu entendo, e estou de acordo, com a existência de provas terminais no secundário, e/ou de acesso ao ensino superior (o mesmo não se passa em relação ao ensino básico)."
Gostava que, se julgar oportuno, desenvolvesse mais este tópico. Nunca pensei que a existência de exames a nível nacional possa favorecer de forma directa a qualidade de ensino. Se mais provas necessitássemos temos aí as médias nacionais dos exames de conclusão do ensino secundário que, ano após ano, não cessam de nos surpreender pela negativa.
Mas a grande questão, para a qual não consigo encontrar resposta, é como assegurar a qualidade das aprendizagens dos alunos do ensino básico. É sabido que muitos alunos transitam sem terem adquirido as competências e os conhecimentos mínimos. É também conhecida a taxa de reprovação e de desistência dos alunos do 10º ano de escolaridade, que seguramente terá algo a ver com a fraca qualidade das aprendizagens anteriores. O que é que me diz?

PJ

Anónimo disse...

"Eu entendo, e estou de acordo, com a existência de provas terminais no secundário, e/ou de acesso ao ensino superior (o mesmo não se passa em relação ao ensino básico)."
Gostava que, se julgar oportuno, desenvolvesse mais este tópico. Nunca pensei que a existência de exames a nível nacional possa favorecer de forma directa a qualidade de ensino. Se mais provas necessitássemos temos aí as médias nacionais dos exames de conclusão do ensino secundário que, ano após ano, não cessam de nos surpreender pela negativa.
Mas a grande questão, para a qual não consigo encontrar resposta, é como assegurar a qualidade das aprendizagens dos alunos do ensino básico. É sabido que muitos alunos transitam sem terem adquirido as competências e os conhecimentos mínimos. É também conhecida a taxa de reprovação e de desistência dos alunos do 10º ano de escolaridade, que seguramente terá algo a ver com a fraca qualidade das aprendizagens anteriores. O que é que me diz?

PJ

Anónimo disse...

"Eu entendo, e estou de acordo, com a existência de provas terminais no secundário, e/ou de acesso ao ensino superior (o mesmo não se passa em relação ao ensino básico)."
Gostava que, se julgar oportuno, desenvolvesse mais este tópico. Nunca pensei que a existência de exames a nível nacional possa favorecer de forma directa a qualidade de ensino. Se mais provas necessitássemos temos aí as médias nacionais dos exames de conclusão do ensino secundário que, ano após ano, não cessam de nos surpreender pela negativa.
Mas a grande questão, para a qual não consigo encontrar resposta, é como assegurar a qualidade das aprendizagens dos alunos do ensino básico. É sabido que muitos alunos transitam sem terem adquirido as competências e os conhecimentos mínimos. É também conhecida a taxa de reprovação e de desistência dos alunos do 10º ano de escolaridade, que seguramente terá algo a ver com a fraca qualidade das aprendizagens anteriores. O que é que me diz?

PJ

Anónimo disse...

"Eu entendo, e estou de acordo, com a existência de provas terminais no secundário, e/ou de acesso ao ensino superior (o mesmo não se passa em relação ao ensino básico)."
Gostava que, se julgar oportuno, desenvolvesse mais este tópico. Nunca pensei que a existência de exames a nível nacional possa favorecer de forma directa a qualidade de ensino. Se mais provas necessitássemos temos aí as médias nacionais dos exames de conclusão do ensino secundário que, ano após ano, não cessam de nos surpreender pela negativa.
Mas a grande questão, para a qual não consigo encontrar resposta, é como assegurar a qualidade das aprendizagens dos alunos do ensino básico. É sabido que muitos alunos transitam sem terem adquirido as competências e os conhecimentos mínimos. É também conhecida a taxa de reprovação e de desistência dos alunos do 10º ano de escolaridade, que seguramente terá algo a ver com a fraca qualidade das aprendizagens anteriores. O que é que me diz?

PJ

Anónimo disse...

Peço desculpa pela repetição do texto. Como recebia a indicação de que não tinha sido possível colocá-lo optei por tentar várias vezes sucessivas.

PJ

Fernando Reis disse...

Estou chocado!
A Ministra da Educação está preocupada com a diminuição de alunos nas ciências se a média mínima de entrada for 9,5 valores?
Será possível? Com certeza entendi mal!
Então mas se baixarem a média, ainda por cima em disciplinas como a Matemática ou a Física ou a Química, digo, se baixarem a média os alunos estarão em condições de fazerem algum curso superior?

Cândido M. Varela de Freitas disse...

PJ

Vou hoje publicar um post que tenta dar uma resposta (parcial) à sua pergunta. Mas voltarei ao assunto, que é central e crucial no processo educativo.

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