2008/01/22

Recordando os meus tempos de fumador


A Memória flutuante procura ser isso mesmo, flutuar ao sabor dos acontecimentos. Por isso adiciono ao post desta manhã o que relembro da minha longa vida de fumador.

O meu pai era um grande fumador, o que terá apressado a minha primeira experiência, mesmo assim relativamente tardia – andava eu no 3º ano do liceu, que corresponde, agora, ao 7º. Lembro-me perfeitamente: o meu pai guardava um maço de cigarros na mesa-de-cabeceira e um dia surripiei um. Era um UNIC e soube-me terrivelmente mal. Mas, como sempre acontece, apesar de não ter gostado, acabei por reincidir, ainda que só uns largos anos depois me tornasse fumador regular. Desses tempos “iniciáticos” recordo marcas como os Três Vintes, os Vera Cruz, os VIC (todos sem filtro). Fixei-me muito mais tarde nos cigarros Porto e SG, e também fumei, com agrado, Negritas, que “misturava” com tabaco mais leve. Nos anos 60 comecei a fumar cigarrilhas (Melior, que eram umas cigarrilhas pequenas, muito saborosas, Wilhelm II) e no final da década praticamente comecei apenas a fumar cigarrilhas ou charutos pequenos, Ritmeester e sobretudo Mercator). Cigarros, nunca mais! Nunca me dei bem com charutos de grandes dimensões, que normalmente tinha de deixar a meio…

Nos Estados Unidos tive de me contentar com as King Edward, que nunca me satisfizeram completamente.

Tive também um longo período em que fumei cachimbo, mas nos intervalos das cigarrilhas, que ficavam para o pós-café do almoço e do jantar. Marcas do tabaco de cachimbo? Players, o melhor, mas também Ânfora, e até o português Gama (creio eu que era assim que se chamava).

Por vezes perguntam-me por que deixei de fumar. Na verdade, aconteceu por uma razão subjectiva: deixou de me dar prazer. Quando percebi que fumava porque era costume fumar, tentei contrariar o hábito e em pouco tempo passei a ser não fumador. Dizem-me que nunca tomei o vício: talvez seja verdade. De qualquer modo, uma coisa é certa: sinto-me muito bem sem tabaco.

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