Regresso ao meu gabinete, com um tecto de altura que já não se usa, e sentado à secretária desarrumada olho para fora. Tenho no meu raio de visão uma fatia longitudinal da Avenida Central – e vejo carros e pessoas, os relvados, o Museu Nogueira da Silva, o Banco Totta… Há qualquer coisa que não bate certo.
Quando há quase dois anos deixei de vir aqui e substituí esta paisagem pela imponente vista do Bom Jesus, isto não era assim… E de repente percebi. São as tílias. As tílias, magníficas, imponentes, são hoje apenas tronco. Não têm a folhagem que no verão cortina a minha visão para o outro lado. E também não há aquele perfume delicioso que me entra pelo gabinete.
A minha compensação pela falta das tílias exuberantes foi um pombo que por momentos pousou no beiral da janela (fechada), como tantas vezes acontece. Mas tenho de arrumar, ligar o computador, e pensar. As tílias não demorarão a ter folhas…
Sem comentários:
Enviar um comentário