2005/01/16

Declaração de intenções

Há cerca de ano e meio, criei numa disciplina que leccionava no mestrado em Estudos da Criança (especialização em Educação Musical) da Universidade do Minho, Currículo e Cultura, um blog no qual apreendi as potencialidades pedagógicas daquela (desta) ferramenta. Esse blog foi desactivado, mas neste ano, tendo leccionado nova turma da mesma disciplina, reincidi e o blog Currículo & Cultura está activo; concluída a disciplina, que era do 1º semestre, os estudantes e eu decidimos a sua continuidade, dado o interesse que despertou entre nós. Entretanto, fui-me familiarizando com alguns dos blogs que mais me interessaram, e de vez em vez comentei uma ou outra entrada, usando um pseudónimo (fraqueza minha...). «Conheci» gente interessante e comecei a ficar fascinado com o mundo dos blogs. Tanto, que decidi criar mais um: este, A MEMÓRIA FLUTUANTE.

Porquê, este título? Um dia, um colega disse-me que nas intervenções que eu fazia tinha por hábito enquadrar sempre o tema historicamente. Reconheço que é verdade e que essa faceta se tem acentuado (talvez por causa da idade...). Há quase cinquenta anos que tenho estado envolvido no mundo da educação: como professor do ensino secundário e superior e como quadro do Ministério da Educação, participei em muitos eventos e por vezes intervim activamente no que estava a acontecer. Guardo pois uma memória destes últimos anos (por vezes apoiada em documentos que conservo). Não me parece que escrever um livro de memórias tivesse qualquer interesse. Pelo contrário, penso que alimentar um blog com algumas dessas memórias pode ser interessante para alguns e provocar (por que não?) um diálogo esclarecedor em relação ao passado. Porquê, memória flutuante? Por duas razões. Em primeiro lugar, porque a minha disposição não é fazer um relato cronológico, mas escrever ao sabor de dois ou três vectores: factos presentes que sugiram uma ligação ao passado, efemérides, e uma vez por outra apenas a necessidade de revisitar esse passado. Em segundo lugar, porque embora os problemas da educação devam ser dominantes, nem sempre assim será. Este blog é individual, procurando evitar que seja (ou pareça ser) demasiadamente intimista. Aceitarei de boamente comentários, na expectativa de que serão sérios, ainda que eventualmente discordantes. Será muito gratificante poder dialogar.

Uma última declaração de intenções: embora tenha em grande apreço a língua portuguesa, nunca gostei muito de “aportuguesar” termos estrangeiros que não sejam traduzíveis. Por isso, escreverei blog e não blogue, post e não posta (um termo que considero, mesmo, pouco apropriado). Tal como nunca evito o termo skill e nunca usei “retro-alimentação” por feedback

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem!

MF disse...

ao fim de algum tempo, retorno a pesquisar pelas ruas de um passado recente, mas vivamente revisitado. Constato, com felicidade, que a semente vingou!
Um abraço e boas férias!
Magna