2008/01/17

E a educação, como vai?


Lembrar-se-ão alguns dos leitores da Memória Flutuante do meu interesse pela educação (alguns dos mais interessantes diálogos que mantive neste blog foram nessa área). Nesta longa ausência, desde meados do ano passado, muita coisa aconteceu que teria naturalmente merecido comentário.

Como creio que é opinião da generalidade dos portugueses, o estado da educação no país precisava mudar, e em meu entender tinham-se começado a criar condições para essa mudança a partir de um quadro de referências razoavelmente definido e preparado no tempo do ministro Marçal Grilo. Repare-se: digo que se tinham começado a criar as condições, não que foram criadas; por diversas razões as linhas mestras das alterações foram ou abandonadas ou abastardadas e escolas, professores e alunos, salvo raras excepções (que existem!) nada mudaram – talvez, até, tenham aqui ou ali piorado.

O advento da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, em 2005, permitiu pensar a muita gente que tinha chegado a hora da acção, e em certo sentido assim foi. Recordo que apoiei algumas das medidas do início do seu mandato, como as aulas de substituição. A pouco e pouco, contudo, apercebi-me que Maria de Lurdes Rodrigues dominava mal aspectos importantes da educação, e que o seu voluntarismo e inabilidade em dois domínios fundamentais – comunicação e diálogo – estavam a complicar a hipótese de levar a efeito uma mudança real e consequente. Concordando com muitas das ideias, tenho hoje muitas interrogações acerca da maneira como têm sido concretizadas e lamento que se esteja a desperdiçar uma oportunidade única.

Cabe aos professores, como profissionais, darem o seu melhor: são os seus alunos que o exigem.

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