2005/09/08

Memória de férias (6 – Nota final)


Amanhã deixo o Vimeiro, rumo a Lisboa – e de algum modo, acabo as minhas férias. Pensei, há pouco, que estas são mesmo as minhas últimas férias como “trabalhador”… Para o ano, se cá estiver, o tempo de férias será necessariamente diferente. Até pode saber melhor. Mas será diferente.

É estranho anteciparmos o que não sabemos vai ser. Como é estranho compreendermos que aquilo que por vezes dizíamos sem pensar por vezes acontece… Quem nunca disse, meio brincar, quando está ainda na força da vida, “estou a ficar velho!”? Porque lhe custou a pegar numa mala mais pesada, porque se cansou a correr… Eu disse muitas vezes. Mas agora, que… (bom, não gosto de dizer que “sou velho”, mas em termos clássicos é isso mesmo), já não uso essa expressão, porque ela corresponde à verdade. Não digo, mas penso. Porquê?

Vou começar o último ano lectivo da minha vida como professor. É a lei que manda: permitirá que um octogenário seja candidato a Presidente da República (como tudo indica vai acontecer*), mas impede que um septuagenário dê aulas na Universidade… Curiosamente, não me sinto velho para tal e seria muito estimulante viver a mudança que se adivinha com Bolonha. Vou preparar a minha unidade curricular (agora é assim que se deve dizer) “Currículo e Cultura” para o mestrado em Estudos da Criança, especialidades em Educação Musical e Comunicação Visual e Expressão Plástica. Tal como nos anos passados vamos certamente ter um blog. Veremos como reagem os alunos ao meu desafio… Vou já formatar a unidade nos termos definidos para os novos cursos, prevendo horas de trabalho para diferentes tarefas de modo a que os créditos reflictam esse mesmo trabalho. E tenho a certeza que nessa altura não pensarei, sequer, que vou ser obrigado a deixar de fazer o que sempre gostei (e penso que sei fazer razoavelmente).

E este é o último post de “Memória de férias”.

* Quando foi escrito este post não havia ainda a certeza que Mário Soares seria candidato.

2005.08.28

2 comentários:

Anónimo disse...

"Antiguidade", Varela, "Antiguidade". Velhos são os trapos, e mesmo assim....
tenho na minha sala duas peças de ferramenta, que eram do meu bisavô. E tenho muito orgulho. Não têem preço.
agora se me oferecessem um "manjericão" de 81 anos, ia para o fundo do quintal.

Parabens, ainda conseguiste a reforma a tempo, e horas. GOZA!.

saltapocinhas disse...

Ficas desde já convidado a vir para a minha escola: eu sou uma nulidade nessas duas áreas, ia fazer-me um jeitão ter uma ajuda como a tua!! E os garotos até já te conhecem e tudo. só ias estranhar as instalações, gabinete só se o montares na tasca em frente à escola que foi remodelada e está muito jeitosa que eu já lá fui tomar um café para cuscar. Outra sugestão é juntares uns palavrões para o teu blog passar a livro... Depois, daqui a uns 10 anitos, candidatas-te à Presidencia da Republica! Juro que voto em ti, mesmo sem conhecer o teu programa!