2009/04/24

Mais sobre a extensão da escolaridade obrigatória

Como era de esperar, as personalidades interrogadas sobre a decisão do Governo de obrigar os alunos a frequentarem a escola até ao 12º ano (ou, como a Ministra da Educação precisou, até atingirem os 18 anos, o que como é óbvio é um pouco diferente), disseram todas, praticamente, um "Sim, mas..." Compreende-se. Ninguém de boa fé poderá estar contra, ninguém de boa fé poderá dizer que a tarefa é fácil. A diferença entre quem opina estará nas conclusão, género "Não é fácil mas tem de se fazer" ou " Nunca se vai conseguir..."


Ainda há dias, em conversa com uma colega, lembrava uma das facetas que mais me marcaram do Ministro Veiga Simão, que costumava dizer que se não se tomasse decisões, mesmo sabendo-as de difícil execução, nunca se andaria em frente (recordo-me bem do que foi a criação de várias escolas no distrito de Viana do Castelo, em 1973, quando tudo apontava para a inexequibilidade do proposto).


Escrevi ontem, e repito hoje, é preciso que a medida seja seguida de um trabalho de análise muito cuidado e que se tenha em mente que obrigar alunos a estar na escola até aos 18 anos tem de significar uma estrutura flexivel em várias instâncias, nomeadamente a curricular. Li hoje, nos jornais (apesar de tudo, continuo a ler jornais...) algumas observações judiciosas que têm de ser levadas em conta, como as de Joaquim Azevedo e Júlio Pedrosa. Ambos podem contribuir, como outros, para um debate que é importante fazer-se, de modo a que pais e alunos percebam bem o que está em causa.

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