2005/01/18

In memoriam

Acabo de saber que uma das minhas alunas que no ano passado frequentou a disciplina de Metodologia da Investigação do curso de qualificação em Educação Especial, a Clara, uma professora do 1º ciclo, faleceu. A culpa foi de uma daquelas doenças implacáveis e velozes, que se manifestam sem sinais prévios e matam em semanas. A Clara era uma excelente aluna, inteligente, rápida no raciocínio, trabalhando muito bem em grupo. Mas que não fosse. Um professor fica sempre ligado aos seus alunos – e a morte de qualquer deles, e infelizmente tenho sabido de alguns casos – envolve tristeza e amargura. A colega que me telefonou não conteve as lágrimas. Eu não sou muito bom a consolar – comovo-me também com facilidade e as palavras, sejam quais forem, parecem-me sempre incapazes de traduzir o que sinto. Sei que a turma a que a Clara pertencia, e que a minha memória conserva como um grupo de senhoras, jovens e menos jovens mas todas joviais, vai ter dificuldade em voltar a sorrir. A morte é sempre estúpida, mas é ainda mais estúpida quando chega muito antes do tempo mais ou menos convencionado para ela. A Clara tinha 42 anos. Vai ficar na minha memória.

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